
MARCO RABELLO
PSICÓLOGO I PSICANALISTA
Assemblage l Uma proposta de escuta clínica
O trabalho que apresento, sintetiza não apenas uma referência conceitual, mas uma ética de prática: Assemblage.
Clinicamente, não há sujeito inteiro, fechado, linear. O que comparece é um conjunto de fragmentos e histórias, marcas, sintomas, silêncios, repetições, lapsos. O sujeito é uma composição provisória, feita de pedaços do simbólico, do imaginário, do real.
O assemblage, aqui, é esse modo de olhar e escutar: uma construção que nunca se fecha, que se movimenta, que se redesenha a cada encontro. Na escuta psicanalítica, não se trata de buscar um todo, uma origem única ou um diagnóstico que encerre, mas de acompanhar as linhas que se traçam no próprio dizer do sujeito — suas faltas, seus excessos, seus atravessamentos.
A clínica que pratico não se ancora em manuais, protocolos ou respostas prontas. Ela se oferece como um espaço de construção singular, onde cada sujeito pode, em sua própria temporalidade, costurar seus restos, habitar seus vazios e experimentar seus deslocamentos.
O sintoma, nessa perspectiva, não é algo a ser eliminado, mas uma formação significativa, uma invenção subjetiva diante do impossível do viver. A escuta se faz, então, no intervalo, na borda, no que não se encaixa.
Minha prática se apoia na ética da psicanálise e oferece um campo onde cada um possa sustentar sua busca, sua falta e seu modo de habitar o desejo.
Assemblage é, portanto, composição, costura e uma aposta no inacabado. É reconhecer que o sujeito não se organiza como estrutura fixa, mas como campo de forças, de cortes, de encontros — um território sempre provisório entre o que se diz, o que se cala e o que, às vezes, se escapa.
Esse é o método que sustenta meu trabalho clínico: uma escuta que acolhe o movimento, a contradição, o desencontro e a singularidade. Uma prática onde cada análise se inventa, singular e irrepetível — um assemblage em ato.
A Arte de Escutar

Minha escuta começou cedo — com o lápis na mão.
Desenhava o que não sabia dizer, o que transbordava. Estava sempre desenhando em qualquer canto de papel, inventando mundos, misturando cores e criando personagens. Quando não estava com um lápis na mão, estava com um livro aberto no colo ou debaixo do braço e, entre um traço e outro, havia um silêncio que aprendi a ouvir.
Com o tempo, percebi que esse olhar e essa escuta poderiam ganhar outros contornos e, com isso, fui estudar Psicologia. Posteriormente, me deixei atravessar pela Psicanálise, que é seguida por formação e aprofundamento contínuos — seja por participações ativas em espaços de transmissão teórica e clínica e numa interlocução com outros analistas.
Hoje, a arte e a clínica caminham juntas, pois escutar é estar junto nessa travessia, seja ela feita de imagens, palavras ou silêncios. A arte foi o primeiro jeito de entender o que não se dizia; a Psicologia e a Psicanálise complementaram isso. Entre o ateliê e a clínica, sigo habitando e construindo essas duas atmosferas, que às vezes se tocam, pois a arte está nos cantos da escuta e no intervalo entre uma palavra e outra. E é nesse entrelaçamento que me reconheço.
CRP 06/146142
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